CDU DETERMINAÇÃO<br>E CONFIANÇA
«Com um PCP e uma CDU mais fortes é possível a mudança, a alternativa e o futuro»
A situação social e política continua marcada pela propaganda do Governo, procurando fazer passar a ideia de que, tomadas as medidas difíceis, o País está agora no bom caminho e os portugueses, que estiveram à beira da bancarrota, podem respirar de alívio, que «o pior já passou». É este o sentido das declarações do primeiro-ministro no Japão sobre a competitividade do País, ou na Fundação Champalimaud, onde prometeu baixar o IRC e a TSU para as empresas, para favorecer ainda mais o grande capital. Entretanto, por trás desta cortina de propaganda enganosa, vai tomando novas medidas avulsas para levar o mais longe possível o plano de exploração e empobrecimento, que o grande capital lhe confiou. Estão neste caso as medidas tendentes à privatização da água e à municipalização de importantes funções sociais do Estado, na educação, na saúde e na cultura. Plano de «reformas» que a União Europeia, com troika ou sem troika, continua a impor, substituindo o pacto de agressão por outros instrumentos da política de direita que os mesmos partidos (PS, PSD e CDS) aprovaram: Tratado Orçamental, Governação Económica, Semestre Europeu e União Bancária.
Quanto ao PS, agora com o secretário-geral a tempo inteiro, esforça-se por desenvolver a sua acção por marcação à agenda do Governo. E, neste exercício, vai tomando posições que a comunicação social dominante se esforça por ampliar e difundir. E, assim, não se demarcando das questões estruturantes da política de direita, procura, sobretudo, criar a (falsa) ideia de ser a real alternativa, que os portugueses deveriam apoiar.
No plano da luta, merecem grande destaque e valorização as numerosas acções de reformados, pensionistas e idosos promovidas pelo MURPI no passado sábado, com a participação combativa de milhares de pessoas por todo o País. De valorizar é ainda a luta travada no sector dos transportes com destaque para a expressiva greve da Carris, cuja adesão se situou acima dos 70 por cento e das empresas de transportes Patinter e Nogueira. Igualmente de valorizar são as lutas que se travaram em muitas empresas como é o caso, entre outros, do Clube Praia da Rocha, Litográfica do Sul, Santos Barbosa, Renault Cacia, Huber Tricot, Jado Iberia e Controlinvest. Luta que prossegue agora nas comemorações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, à volta das reivindicações concretas e das organizações dos trabalhadores e, em convergência, pela exigência de uma outra política. E que vai ter expressão também nas lutas das populações em defesa dos serviços públicos, da Ria Formosa, dos guardas prisionais, dos trabalhadores dos transportes e da Administração Local.
O PCP, com o prestígio e a influência social granjeados junto dos trabalhadores e do povo pelos muitos combates travados contra a política de direita e por uma alternativa patriótica e de esquerda vinculada aos valores de Abril, constrói agora o seu programa eleitoral. Procura ouvir e incorporar os contributos de democratas e patriotas em inúmeras iniciativas de debate e audição. Prepara também a Marcha Nacional de 6 de Junho, apelando à participação de todos os que, empenhados na ruptura com a política de direita, se queiram juntar à CDU pela libertação e dignidade nacionais e por uma política patriótica e de esquerda. Marcha cujo êxito requer as adequadas medidas de organização, mobilização, divulgação e propaganda.
As eleições legislativas são a grande prioridade política do momento que vivemos. Requerem o envolvimento do PCP, do PEV, dos activistas da CDU, dos amigos e simpatizantes, de todos aqueles que consideram que é necessário dizer «basta!» a este rumo e concretizar a alternativa necessária. E, estimulados pelos bons resultados da CDU na Região Autónoma da Madeira, temos razões para avançar com confiança para esta importante batalha eleitoral.
Na semana passada teve lugar mais um encontro com a participação do Secretário-geral do PCP inserido no «Diálogo e acção para uma política patriótica e de esquerda», com a Organização dos Trabalhadores Científicos e realizou-se na Assembleia da República uma interpelação ao Governo agendada pelo PCP. No último fim-de-semana, realizaram-se três iniciativas com a participação do camarada Jerónimo de Sousa: o jantar com activistas e dirigentes sindicais promovido pela Organização Regional de Lisboa, o encontro CDU «No concelho do Seixal e no País, trabalho, honestidade e competência, soluções para uma vida melhor» e o almoço-comício na cidade de Castelo Branco, iniciativas que confirmaram o bom ambiente que se vive no e em torno do Partido.
Acções que tiveram continuidade com a Audição Pública «A dívida, o euro e a crise: causas e saídas para um Portugal com futuro» da passada terça-feira e vão prosseguir, no próximo sábado, com a realização da VIII Assembleia da Organização Regional de Lisboa e, no domingo, com o almoço/convívio regional no Porto comemorativo do 25 de Abril.
São de registar igualmente os novos passos na acção nacional de contactos, no recrutamento de novos militantes, a aproximar-se dos dois mil, na Campanha Nacional de Fundos e na preparação e divulgação da 39.ª edição da Festa do Avante! que impõe, desde já, uma atenção particular à venda antecipada da EP.
A situação de declínio nacional a que se chegou tem causas e responsáveis – PS, PSD e CDS – partidos cujas diferenças de linguagem não apagam o comprometimento com o rumo de declínio nacional que estamos a viver. Mas, com um PCP e uma CDU mais fortes é possível a mudança, a alternativa e o futuro.